Coimbra, guarda há séculos a memória de uma das figuras mais queridas da história de Portugal: a Rainha Santa Isabel, símbolo de fé e caridade. Beatificada em 1516, pelo Papa Leão X, e canonizada em 1625, pelo Papa Urbano VIII, Isabel de Aragão continua a ser venerada não só pela sua vida piedosa e pelo famoso Milagre das Rosas, mas também por algo que até hoje alimenta a curiosidade e a devoção dos fiéis, a sua mão incorrupta.
“Incorrupção” é um fenómeno reconhecido pela Igreja Católica em que, contra todas as leis naturais, partes do corpo de certos santos se mantêm preservadas após a morte. No caso da Rainha Santa, padroeira da cidade de Coimbra, acredita-se que a sua mão permaneceu incorrupta desde a sua morte, em 1336. Esta relíquia encontra-se guardada no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, e é exposta ao público em ocasiões especiais. Este é um ano especial para Coimbra, celebra-se o 400º aniversário da canonização da Rainha Santa Isabel e o 700º aniversário da sua peregrinação a Santiago de Compostela. E, como parte desta celebração, entre os dias 17 de junho e 2 de julho de 2025, quem visitar o convento poderá ver de perto esta peça de profundo valor religioso e simbólico. A mostra integra as celebrações em honra da padroeira da cidade, cujas festas decorrem, por norma, de dois em dois anos e atraem milhares de fiéis e curiosos. Para além da relíquia, a visita ao convento é uma oportunidade para explorar um dos mais imponentes monumentos barrocos da cidade, onde repousam também os restos mortais da Rainha Santa num túmulo de prata e cristal, envolto em devoção. Seja por fé, interesse histórico ou simples curiosidade, esta é uma ocasião rara para conhecer de perto um dos símbolos mais enigmáticos da religiosidade portuguesa.
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