Situado perto da Rua da Sofia, o Pátio da Inquisição revela, no seu nome, parte da sua história.
Mas recuando no tempo e partindo do início…foi ali que em 1548, por iniciativa de D. João III, se estabeleceu o Real Colégio das Artes e Humanidades. Era intenção de D. João III renovar o ensino do país e apostar em instituições de carácter humanista onde fossem realizados estudos de artes liberais e de humanidades.
Em 1555 devido a ideias divergentes, o edifício passou a ficar sob a tutela da Companhia de Jesus e acabou por ser entregue, pelos Jesuítas, ao Tribunal do Santo Ofício. Foi assim que, a partir de 1566 e até 1821, foi ali que funcionou uma instituição repressiva que julgava, reprimia e condenava ideias renascentistas e humanistas. O antigo refeitório do Real Colégio das Artes transformou-se em “cárceres” e na “casa do tormento” sendo ainda hoje visíveis algumas celas. O Tribunal da Inquisição de Coimbra foi considerado um dos mais cruéis de todo o país.
Desde 2003, após obras de remodelação e adaptação, funciona em parte dos antigos edifícios colegiais o Centro de Artes Visuais (CAV). Mais recentemente, a partir de 2021, o Pátio da Inquisição alberga uma exposição de longa duração, “Judeus de Coimbra | da tolerância à perseguição | memórias e materialidades”, que conta a história das comunidades judaicas de Coimbra.