O nascimento da nação portuguesa não tem nada de vulgar. Trata-se de uma história rica, invulgar e cheia de pormenores interessantes. Contudo, há um “pormenor” que merece a nossa atenção mais do que todos os outros e o seu nome é D. Afonso Henriques.
D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal, o governante que elegeu Coimbra como a capital da nação e que comandou o destino do país a partir da cidade dos estudantes. E nem depois da sua morte o rei abandonou a sua cidade de eleição! E é por isso que este mês dedicamos o nosso folheto à história de D. Afonso Henriques.
Para D. Afonso Henriques, Coimbra era a cidade mais importante do reino português.
Afonso I, nascido a 25 de Junho de 1109 em local por confirmar (embora Coimbra seja o local mais provável), nunca será esquecido pela história portuguesa. Contudo, talvez este nome não seja a melhor opção para descrever o primeiro rei de Portugal: D. Afonso Henriques soa melhor!
Também conhecido como ‘O Conquistador’ ou ‘O Fundador’, D. Afonso Henriques fundou a nação portuguesa em 1139 depois de conquistar a zona sul do reino da Galiza aos espanhóis, derrotando as tropas do imperador Afonso VII de Leão e Castela. A criação do novo país – finalmente aprovada em 1179 pela Igreja Católica – foi o ponto alto da Reconquista, o plano de conquista territorial pelo qual D. Afonso Henriques lutou durante toda a sua vida e que foi alvo de forte oposição por parte dos espanhóis e dos mouros.
Mas mesmo antes do nascimento oficial da nação portuguesa e da transformação da cidade do Mondego em capital do reino, a região de Coimbra já era um ponto de referência. Foi aqui que D. Afonso Henriques fundou obras icónicas como o Mosteiro de Santa Cruz, elevando o estatuto da cidade ao seu expoente máximo.
D. Afonso Henriques acabaria por governar Portugal a partir da cidade de Coimbra durante 57 anos, tornando-se alvo de inúmeras lendas e histórias. Uma delas gira à volta da espada do rei e de como seriam necessários dez homens para a carregar. O governante usaria esta espada para desafiar todos os outros monarcas, mas nenhum deles aceitava o desafio porque temiam o grande rei de Portugal.
Afonso I faleceu em 1185, governando a nova nação até ao fim da sua vida. Foi sepultado na Igreja de Santa Cruz, no centro histórico de Coimbra, onde ainda hoje é possível visitar o túmulo do rei.