Repúblicas, espaços míticos da vida estudantil Coimbrã
Foi no séc. XIV que surgiram as primeiras Repúblicas de Coimbra, quando o Rei D. Dinis mandou construir casas, na zona de Almedina, para albergar os estudantes da Universidade, mediante pagamento de aluguer. Estes espaços míticos da vida académica caracterizam-se por defenderem a democracia, a liberdade e a vida em comunidade, rejeitando a ideia de hierarquização associada à praxe. O que diferencia as Repúblicas Estudantis de outras casas de estudantes? Aqui não se estuda apenas. As Repúblicas ensinam a “saber viver, fazer e dizer”, recorrendo à vida boémia e aos convívios para se debaterem temas variados. Nas Repúblicas, os novos residentes são designados de “plebeus”. Quando são aceites, passam a ser “repúblicos”. Esta é apenas uma das tradições que tem passado ao longos dos anos, mas existem outras como o hino, os símbolos e o grito que mostram a identidade de cada república. Das 25 Repúblicas que ainda existem e resistem ao tempo, destacamos: Prá-Kys-Tão, Rapó-Taxo, Baco, Ay-ó-Linda, Galifões, Rás-te-parta, Bota-Abaixo.
Roteiro Repúblicas de Coimbra:
A República dos Kágados, a República mais antiga da cidade de Coimbra, fica na antiga Rua dos Correios (atual Rua Joaquim António de Aguiar), na Sé Velha. Subindo até à Sé Nova, encontra a Real República do Bota-Abaixo, agora na rua de São Salvador, que foi muito frequentada por Zeca Afonso (cantor e compositor português, trovador da liberdade) nos anos 60. Surpreenda-se com a sua fachada. Nos Arcos do Jardim, fica a Real República Rápo-Taxo famosa pelas suas duas entradas. Descendo até à Praça da República, encontra a Real República da Praça famosa pelos excessos boémios. Em tempos, o senhorio chegou a cortar a água, atitude que levou os estudantes a recolher água das fontes do Jardim da Sereia. Uma história que só terminou com a intervenção da Reitoria.